Boa noite, caros colegas de pós, professores, família, amigos e pessoas interessadas no blog.
Eita semaninha chata mas com um happy end. Digo isso, pois estou viva e com saúde ! Sobrevivi à dor, aos espirros, ao nariz escorrendo e ao acidente de carro que ocorreu ontem. Quando está calor, peço um ventinho fresco. Entretanto, o frio que está fazendo veio exagerado, pelo menos para mim. Somos seres incapazes de ter satisfação, não é mesmo ? Faça chuva ou faça sol, estaremos sempre reclamando de algo...rsrsrs É uma característica deveras latina e não nego minhas raízes. :0) Gostaria de dedicar essa postagem à Camila Lopes, professora de Educação Infantil. O que parecia ser somente algo escrito na carteira de trabalho, preto no branco, vai criando corpo, ganhando massa e ficando mais visível. Meu trabalho é braçal, mental e energético. Todos os dias estabeleço uma enorme troca com as crianças, mesmo sendo elas tão pequeninas. É importante ressaltar uma lição que aprendi com uma colega de trabalho. A diferença entre os verbos ser e estar, principalmente em se tratando da nossa profissão. Somos educadores por opção, por amor e por termos esse "dom", esse gift from God. Dom ...Teríamos todos esse dom ? Eu penso assim: existem pessoas que já nascem com o dom e ao longo de suas vidas vão se aprimorando, outras nascem com a vontade e lutam bastante para realizar um trabalho tão bom quanto o dos que nasceram com o dom. Dom para tocar um instrumento musical, dom para cozinhar, dom para cuidar da família, trabalhar, dom para educar.. Já o verbo estar, depende do que estamos no momento. Se estamos professores em cursinhos, se estamos professores em escolas públicas ou particulares, se estamos professores em faculdades.. Se estamos coordenadores ou orientadores educacionais, se estamos diretores, pesquisadores ou estudiosos da educação... Como já mencionei em minhas postagens, tudo na vida depende do momento, da causa, do motivo e/ou da cirscunstância. Ensinar, educar, passar conceitos tais como os de moral e ética... Missão possível apesar de trabalhosa, também depende de uma série de fatores, que devem ser somados de acordo com uma regra_essa regra ainda estou aprendendo. Diferente da matemática, em se tratando de Educação, a ordem dos fatores pode sim alterar o valor final, o produto. Moral e ética... Estamos preparados para tal ensinamento ? Vou "colar" nessa postagem, trechos de um texto de Luiz Gonzaga de Souza, autor do livro Ética e Sociedade.
"[...] a palavra ética vem do grego ethos que quer dizer "modo de ser", ou "caráter", enquanto maneira de vida que o homem adquire ou conquista. Mais objetivamente, pode-se definir ética como sendo um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos a respeito do comportamento humano, moral, tal como colocado por Adolfo Sánches VÁZQUEZ (1982)[1]. Entrementes, a ética se advém dos conhecimentos racionais e objetivos, contudo, a própria coisa ser racional e objetiva deve ter um ponto de partida, isto significa dizer, o racional e objetivo vai servir a quem? Quem está dizendo o que é certo ou errado? E é aí onde entra a questão da ética dos tempos hodiernos que não tem nada de racional e objetivo.
A ética se confunde muitas vezes com a moral, todavia, deve-se deixar claro que são duas coisas diferentes, considerando-se que ética significa a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, enquanto que moral, quer dizer, costume, ou conjunto de normas ou regras adquiridas com o passar do tempo. A ética é o aspecto científico da moral, pois tanto a ética como a moral, envolve a filosofia, a história, a psicologia, a religião, a política, o direito, e toda uma estrutura que cerca o ser humano. Isto faz com que o termo ética necessita ter, em verdade, uma maneira correta para ser empregado, quer dizer, ser imparcial, a tal ponto a ser um conjunto de princípios que norteia uma maneira de viver bem, consigo próprio, e com os outros.
Entretanto, pode-se aplicar a ética, em detrimento dos outros? Como é que isto ocorre todos os dias, com os seres humanos? No campo profissional é comum o uso da ética, mas esta ética vem sempre com o objetivo de salvaguardar a posição de um profissional desonesto, ou corrupto que não sabe fazer o seu trabalho, causando prejuízo para com os outros, muitas vezes levando até à morte muitas e muitas vidas humanas. A ética deveria ser o contrário, quer dizer, levantar princípios bons para serem direcionados para ajudar as pessoas de bem, em uma vida cheia de harmonia e de felicidade, porém, não usar para encobrir falcatruas e desonestidades. A ética é a parte epistemológica da moral, tendo em vista que esta é a maneira de se ver, e aquela é a ciência de como melhor ajuntar isto tudo.
A ética viria pari passu com os direitos humanos, ao se colocarem estes fatos pelo lado da seriedade, da polidez, sobretudo, de um ser consciente, quanto às coisas costumeiras que merecem uma ordenação para servir de princípios do bom viver aos participantes desta humanidade. Enquanto que os costumes constituem a moral que é o modus vivendi do cidadão, quer seja bom ou mal, tudo que acontece com a pessoa humana de maneira instantânea, de maneira instintiva e até mesmo, impulsiva pelo ego de cada um, pois, é na verdade, o campo da moral, este agregado de acontecimentos que caracteriza a vida do homem. Sem esquecer Aurélio Buarque de HOLANDA (1976)[2], a moral é um conjunto de regras de conduta ou hábitos julgados válidos para qualquer tempo ou lugar, para grupo, ou pessoa determinada.
[...] a moral se constitui em um processo de formação do caráter da pessoa humana, partindo-se normalmente de uma maneira de como foi direcionado pelos ensinamentos no país, cujos princípios têm origem com a religião dos genitores. A moral se adquire também no meio ambiente em que se vive, tal como já diziam alguns filósofos que o homem seria um produto do meio, difícil de concordar, mas fácil de aceitar, pelo simples fato de que a localidade onde se mora é um forte influenciador do comportamento humano. Este efeito transbordamento ou como é também chamado, spillover, faz com que a má formação de um amigo seja um fator de fundamental significado na vida de uma pessoa que tenha uma instrução boa, de princípios que possam ser transmitidos para os outros.
Um exemplo de como a moral pode ser transmitida para outrem, com prejuízo de uma boa formação é quanto ao modo de vida de uma prostituta, ou de um maconheiro, ou de pessoas que não tenham boas maneiras para com os amigos, isto significa dizer, uma boa formação não se propaga, mas uma maneira de vida viciada, de maus costumes, facilmente se prolifera por toda face da terra. Veja que ninguém aprende deliberadamente os ensinamentos das religiões, quer seja católica, protestante, budista, brahmanista, espírita, ou qualquer direcionamento que se queira dar, para melhor orientar-se na vida, mas para ouvir, e até mesmo participar em conversações sobre os maus costumes no cotidiano daqueles que só querem divulgar o imoral, o descomposto e, ainda mais, dizendo-se que, o que é importante é a liberdade.
É claro que a ética e a moral devem e estão caminhando lado a lado com a liberdade, entretanto, não se deve esquecer que a liberdade não tem a conotação que os tempos modernos têm dado. A liberdade é a concepção natural de uma pessoa ou animal ser livre, mas ser livre, significa, antes de tudo, algumas limitações que a própria Lei Natural impõe ao ser humano. Hoje o termo liberdade tomou significado diferente, tal como o de libertinagem. Assim, liberdade parte em princípio do respeito aos direitos alheios, onde, dialeticamente, não se constata, que na vida prática exista o respeito ao homem em si, o que existe na consciência humana é o respeito a si mesmo, a busca de tudo, para si próprio, e o resto que procure respeitar os direitos dos outros, sem nenhuma contra-partida."
Bueno... não deu para "cortar" muito, o texto é todo ele de suma importância para quem, assim como eu, ainda tinha/tem dúvidas. Não é vergonha não saber ou não ter certeza. Ser ignorante assumido e ir em busca do conhecimento é motivo de orgulho. Pobres os ignorantes que não buscam o conhecimento, por desconhecerem o fato de estarem ignorantes ou, pior ainda, não terem a intenção de obter o conhecimento. Vou terminando por hoje. Bye !